Independente da indústria em que sua empresa está inserida, o controle de qualidade precisa ser uma das principais estratégias para o desenvolvimento da empresa. Sabe por quê?
Um sistema de controle de qualidade bem projetado pode:
- Reduzir gastos
- Satisfazer seus clientes
- Melhorar a imagem da empresa
- Ser um ponto de vantagem estratégica
Em nosso guia de hoje, vamos falar tudo o que sua empresa precisa saber sobre o controle de qualidade e como colocá-lo em prática.
O que é o controle de qualidade?
O controle de qualidade é o sistema que empresas criam para garantir que a qualidade dos seus produtos satisfaça os clientes através de padrões estabelecidos e melhorias constantes
Ainda que o controle de qualidade possa ser diferente para cada indústria, esse processo não é só trabalhar para que um produto venha sem defeitos, mas para que ele atenda e supere as expectativas do consumidor.
Para isso, cada empresa e indústria precisa criar uma série de padrões, sistemas e testes em cada etapa do processo de produção e que envolva toda a cadeia, desde a matéria-prima até a entrega, para garantir a qualidade do produto final.
Isso significa que o controle de qualidade não envolve apenas alguns pontos ou colaboradores, mas é responsabilidade de cada setor e parte da empresa, do menor ao maior.
O controle de qualidade bem estabelecido para de ser um esforço e se torna cultura.
A importância do controle de qualidade
Com certeza o controle de qualidade tem como objetivo assegurar que os produtos lançados no mercado não tenham defeitos e atendam às necessidades do consumidor, mas será que é só isso?
Vamos ver 7 benefícios do controle de qualidade:
1) Garantir a qualidade do produto
Com certeza o primeiro ponto que vem à mente quando falamos sobre controle de qualidade é a garantia de qualidade na entrega do produto, ou seja, vender produtos sem defeitos.
Essa associação está completamente correta, e essa é uma das funções básicas de uma empresa, e uma função de altíssima importância.
2) Garantir a segurança do consumidor
Em algumas indústrias, como a de alimentos, química ou automotiva, falhas na produção podem significar riscos reais à saúde e até à vida do consumidor.
Por exemplo, há alguns anos um novo modelo do Chevrolet Onix foi retirado do mercado pelo alto risco de incêndio, que poderia colocar em risco a vida dos passageiros.
Outros setores, como o de alimentos, medicamentos, etc., também precisam lidar com o alto risco de acidentes caso seus produtos não funcionem corretamente, mas mesmo em indústrias que não tenham esse risco iminente, o controle de qualidade tem um papel central na garantia da segurança do consumidor.
3) Gerar satisfação para o consumidor
Existe uma concepção errada que o controle de qualidade apenas serve para evitar falhas no produto. Apesar de isso ser essencial, a qualidade também está relacionada a quanto um bem agrada ou não o consumidor.
Produtos de baixa qualidade, como com um acabamento mal feito, apesar de funcionarem perfeitamente acabam desagradando o consumidor, que provavelmente não compraria de novo.
4) Criar uma cultura organizacional de excelência
David A. Garvin, no seu conhecido texto “Competing on the Eight Dimensions of Quality” conta a história da Martin Company, hoje Lockheed-Martin, que nos anos 60 precisou mudar sua visão sobre o controle de qualidade.
Depois de adotar uma medida de zero falhas, ou seja, de colocar em prática controles rígidos para a qualidade em todo o processo de fabricação, a empresa viu uma mudança na cultura interna dos colaboradores, que passaram a tratar a qualidade do produto como de extrema importância, e trabalhavam para isso.
Isso não aconteceu por acaso, mas a empresa como um todo investiu em treinamentos, eventos e incentivos para que essa cultura fizesse parte da Martin.
Esse exemplo, por mais antigo que seja, mostra que dar importância para o controle de qualidade pode transformar a forma de uma empresa trabalhar e reduzir erros na produção.
5) Desenvolver e aprimorar produtos
Outro ponto chave do controle de qualidade são as oportunidades que ele gera para aprimoramento.
Uma falha no produto pode acontecer por problemas no processo produtivo e até mesmo no design, e os dados recolhidos pelo CQ podem servir de base para novas versões e melhorias.
6) Reduzir custos e otimizar gastos
Um estudo feito pelo Food Marketing Institute e o Grocery Manufacturers Association estimou que, em média, uma empresa da indústria alimentícia que precisa fazer um recall de produtos tem um prejuízo direto de 10 milhões de dólares, fora as vendas perdidas e os problemas de imagem.
Apesar de ser uma indústria específica, não há dúvidas que falhas nos produtos podem custar caro, de forma direta e indireta.
Isso é um dos principais motivos para investir no controle de qualidade desde o fornecimento de matéria-prima. Problemas no início da cadeia produtiva com certeza irão gerar outros problemas mais a frente. Por isso, é melhor resolvê-los antes.
7) Conseguir vantagem competitiva no mercado
Por último, um bom controle de qualidade significa vantagem competitiva.
Como exemplo, mais uma vez Garvin fala sobre a indústria americana, que foi desafiada nos anos 80 pelo altíssimo controle de qualidade das empresas japonesas.
Enquanto os chips de empresas americanas apresentavam entre 11 e 19 falhas a cada 1000 testes, os chips japoneses não haviam apresentado nenhum. Após 1000 horas de uso, os números americanos subiram para 27 falhas a cada mil, enquanto os japoneses chegaram ao máximo de 2 a cada mil.
Essa experiência abriu os olhos da indústria americana para a importância do controle de qualidade como vantagem competitiva para crescer no mercado, e é sobre as ideias de Garvin que vamos falar agora.
As 8 dimensões da qualidade: controle de qualidade como vantagem competitiva
Como falamos acima, o controle de qualidade pode e deve ser usado como uma forma de conseguir uma vantagem competitiva no mercado.
A ideia das 8 dimensões da qualidade foi propagada pelo americano David Garvin nos anos 80. Para ele, existiam 8 frentes que serviam como pontos de competição entre as empresas e que precisariam ser exploradas para ganhar o mercado e se destacar entre os concorrentes.
As 8 dimensões da qualidade são:
1) Performance
A qualidade de performance tem a ver com as características operacionais de um produto, ou seja, aquilo que ele entrega de fato em sua operação. Por exemplo: a qualidade de performance de uma mesa está em sua resistência, equilíbrio, enquanto a de um carro é sua velocidade, aceleração, conforto, etc.
2) Recursos (extra)
A qualidade de performance tem a ver com as características operacionais de um produto, ou seja, aquilo que ele entrega de fato em sua operação. Por exemplo: a qualidade de performance de uma mesa está em sua resistência, equilíbrio, enquanto a de um carro é sua velocidade, aceleração, conforto, etc.
3) Confiabilidade
A confiabilidade está diretamente relacionada à probabilidade de um produto apresentar mau funcionamento ou falhas. Para reduzir esses números, muitas empresas fazem testes de longa duração em seus produtos antes de lançá-los no mercado, garantindo uma confiabilidade maior e diminuindo as chances de falhas.
4) Conformidade
Pouca coisa acaba mais com a visão dos consumidores sobre a marca do que um produto que não atende aos padrões estabelecidos. A qualidade de conformidade está relacionada ao quanto o produto é capaz de cumprir com o que promete, o que é um dos pilares mais essenciais do controle de qualidade.
5) Durabilidade
Quem já ouviu falar que os produtos antigos duravam mais sabem o que é a qualidade de durabilidade. Cada produto tem uma vida útil até começar a deteriorar. A partir disso ou ele é reparado ou descartado, e é exatamente essa a preocupação do controle de qualidade.
6) Atendimento
Quando falamos de atendimento ou serviço, estamos falando da facilidade de um produto ser reparado ou do cliente encontrar solução para seu problema. Essa dimensão da qualidade está relacionada tanto ao tempo até a solução quanto à qualidade desse serviço. A falta de controle de qualidade no atendimento pode levar à insatisfação e até a reclamações dos clientes.
7) Estética
A qualidade estética está relacionada ao visual, sonoro, sensorial, etc. de um produto, como sua beleza ou as sensações que ele transmite. Apesar de ser uma avaliação bastante pessoal, a estética está ligada à qualidade do acabamento e apresentação do produto, e é bastante importante para a percepção do cliente.
8) Qualidade percebida
Por fim, a qualidade percebida é aquilo que o consumidor enxerga ou pensa sobre um produto ou marca, sua visão sobre o assunto.
A qualidade percebida é algo muito pessoal, mas que pode ser trabalhada pelas empresas em todo o controle de qualidade, e está diretamente relacionada à imagem da empresa e como os produtos são promovidos.
É raro que uma empresa seja competitiva em todas as 8 dimensões da qualidade, exceto em produtos de luxo ou caros, mas mesmo assim, essa base determina pontos que são muito importantes na hora de pensar em controle de qualidade.
A relação entre controle de qualidade e ISO 9001
Quando falamos de controle de qualidade, um dos pontos que mais ouvimos falar é a certificação ISO 9001.
A ISO é a Organização Internacional de Padronização (International Organization for Standardization), um órgão internacional independente que determina padrões de qualidade para a produção mundial.
A certificação ISO comprova que aquela empresa ou produto cumprem esses padrões, que hoje são indicadores usados para mostrar a qualidade que um produto oferece.
A ISO 9001, também conhecida como ISO 9001:2015 é uma certificação de qualidade conquistada por empresas que possuem bons processos de gestão de qualidade e, por consequência, atendem às necessidades dos consumidores.
Qualquer empresa de qualquer tamanho e setor pode ser certificada ISO 9001, desde que cumpra os requisitos, que envolvem o foco no consumidor, qualidade da gerência, melhorias contínuas, etc.
Ser certificado ISO 9001 é uma forma de garantir que seu consumidor receba sempre produtos de qualidade, além de ter um grande impacto da qualidade percebida da sua marca, o que mais uma vez reforça o papel do controle de qualidade como vantagem competitiva.
Como fazer controle de qualidade na sua empresa?
1) Entenda que o controle de qualidade envolve toda a empresa
Se tem uma coisa importante a ser entendida é que a qualidade de um produto está diretamente relacionada à qualidade da empresa como um todo.
Uma empresa com sistemas bem organizados de controle de qualidade com certeza irá produzir itens ou serviços de qualidade, e isso envolve todo mundo.
Como falamos acima, o controle de qualidade não pode ser apenas um esforço, mas se tornar a cultura da empresa.
2) Analise e documente todo o processo de produção
Se a qualidade do produto final depende dos processos, então o controle de qualidade precisa documentar tudo.
Por mais simples que isso possa parecer, muitas empresas não têm uma visualização clara do seu processo de produção, desde seus fornecedores, controle de estoque, até a entrega.
O problema é que tudo isso tem um impacto direto no controle de qualidade, e esses processos precisam ser muito bem documentados para a visualização clara.
3) Procure por falhas e melhorias
Ter processos bem documentados significa achar pontos de melhoria. Um controle de qualidade eficiente passa por entender que esse desenvolvimento é constante e que a empresa precisa se preocupar constantemente em melhorar a qualidade da entrega.
4) Treine seus colaboradores
Como o exemplo da Martin Company que contamos, existe uma parte do controle de qualidade que é puramente técnico. Colaboradores capacitados são capazes de entregar qualidade, não de forma aleatória, mas de forma constante.
Quando uma empresa tem processos bem documentados e estabelecidos, as equipes capacitadas conseguem entregar resultados positivos repetidamente.
5) Ouça seus clientes constantemente
Como é seu relacionamento com seus clientes? Sua empresa investe em comunicação?
Ouvir aquilo que seus consumidores têm a dizer é um dos passos mais importantes do controle de qualidade, que pode revelar muito sobre a qualidade percebida e outros pontos que podem ser melhorados.
Sem uma boa análise de dados, falta embasamento para qualquer melhoria ou mudança.
6) Trabalhe com as ferramentas certas
A tecnologia tem trazido novos meios para as empresas cuidarem do seu controle de qualidade. Sistemas de gestão empresarial mais modernos vêm com soluções específicas para esses desafios, e são indispensáveis para um bom controle e uma visão completa da empresa.
O impacto da tecnologia no controle de qualidade
Se sua empresa realmente quer investir em um bom controle de qualidade, a tecnologia é indispensável.
Um sistema ERP, também conhecido como sistema de gestão empresarial, dá à empresa as informações necessárias para garantir um controle de qualidade eficiente.
O ERP WK Radar, ERP da WK, oferece soluções de controle de qualidade que atendem diretamente o que sua empresa precisa! Entre as funcionalidades estão:
- Ações corretivas e preventivas;
- Gestão de documentos e laudos;
- Processos e rotinas de controle de qualidade;
- Integração com todos os setores;
- Atendimento do requisito 10 da NBR ferramentas para ISO 9001:2015;
- Dados de performance, e muito mais
Saiba mais sobre o que o WK Radar pode fazer pela sua empresa, desde o controle de qualidade à gestão de todas as operações internas! Entre em contato com a Pró-Data System’s!